sábado, 29 de janeiro de 2011

SALVADOR: Sem cidadania não há turismo.

A atividade turística tem uma importante contribuição para a arrecadação de tributos e, por conseguinte, no fornecimento de equilíbrio orçamentário nos diversos níveis de governo (federal, estadual e municipal)


Efeitos multiplicadores de renda, produção e emprego – uma determinada despesa no consumo de bens e serviços desencadeia uma série de efeitos no sistema econômico, chamados “multiplicadores”.


O estado da Bahia tem forte apelo turístico. Tudo na Bahia tem potencial turístico: gastronomia,eventos, um litoral belíssimo, chapadas, caatingas e cerrados. Do aboio dos vaqueiros no meio do sertão de Canudos ao som do trio elétrico no Farol, a Bahia pulsa e convida ao turismo. Mas, nem por isso é o estado mais visitado. Tem vocação mas não consegue emplacar. Vários fatores afastam os turistas de nosso Estado e dentre esses, a violência.

Também Salvador, que apesar de possuir características e, principalmente, vocação para abarcar esse seguimento de mercado devido a riqueza cultural e levar o título de primeira capital do Brasil (o que da um charme a mais) não é a mais visitada. Isso porque, Salvador possui indicadores e condicionantes relativos a cidades de países subdesenvolvidos. A concentração de renda é uma das mais altas do país, a população convive ainda com doenças de período colonial, como tuberculose e dengue, o consumo de crack esta em cada esquina, numa mostra de decadência e de miséria social e a cidade fede. Tudo isso junto e o crescimento assustador da violência, afasta os turistas, especialmente os estrangeiros.


Para que o nosso turismo seja verdadeiramente eficiente e de qualidade, precisamos, primeiramente, ajustar alguns “déficits” que os poderes públicos e a própria atividade turística insiste em esconder. A Bahia e claro nossa capital, continua com alto índice de desempregados, contribuindo para o agravamento das desigualdades sociais e o crescimento assustador da violência. Sem cidadania não há turismo.

Considerar que uma cidade onde há uma grande disparidade nos benefícios sócio-econômicos sejam estes em moradia, transportes, saúde, educação, existe uma tendência de seus moradores apresentarem um baixo nível cultural e um receptivo ruim. Estes influenciam para que os turistas não retornem aos lugares visitados.

O envolvimento dos moradores nas atividades é fundamental para que se ampliem os benefícios advindos do turismo e se minimizem os problemas sociais. É necessário que seja feito um trabalho de desenvolvimento desses setores voltados para as comunidades moradoras a fim de uma mudança nesse quadro, visto que, o bem-estar dos moradores e o aumento do fluxo de visitantes andam lado a lado.


É nesse ambiente de paradoxos e incertezas que, seguimos para sediar a COPA 2014.

Jupiraci Borges
Coordenador do Movimento Salvador Pela Paz

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